TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
A ansiedade e as fobias constituem os principais problemas
de saúde mental da população brasileira, com prevalências globais variando de
8% a 18%, sendo os transtornos psiquiátricos mais prevalentes; mesmo assim,
menos de 30% dos indivíduos que sofrem deles procuram tratamento.
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Imagem da Internet |
A ansiedade pode ser definida como uma sensação vaga e
difusa, desagradável, de apreensão ou tensão expectante que se acompanha de diversas
manifestações físicas – tais como falta de ar, taquicardia, tensão muscular,
sudorese, tremor... A ansiedade torna-se patológica quando é excessiva,
“paralisante”, ou traz prejuízos físicos ou psicossociais.
Os transtornos relacionados à ansiedade podem ser
classificados em :
Transtorno de ansiedade generalizada: a característica
central deste transtorno é a preocupação permanente e excessiva com pequenos
problemas do cotidiano, acompanhada de sintomas físico e/ou psíquicos. Os
sintomas variam durante o dia, com períodos de exacerbação e melhora. O
tratamento inclui psicoterapia (de apoio, dirigida ao insight e
cognitivo-comportamental) bem como uso de medicações.
Transtorno de pânico: as características centrais do
transtorno de pânico são: presença inesperada e recorrente de crises de
ansiedade com sintomas físicos de início abrupto e aparentemente imotivado,
além de preocupação persistente com a ocorrência de novos ataques ou com suas
consequências. O ataque de pânico é frequentemente acompanhado de agorafobia, o
medo de estar sozinho em locais públicos (por ex., supermercados),
especialmente, locais de onde uma rápida saída seria difícil em caso de ocorrer
um ataque de pânico. O tratamento inclui uso de psicofármacos e terapia
cognitivo-comportamental. Treinamento respiratório, relaxamento, psicoterapia
dirigida ao insight também são usadas.
Fobia social ou transtorno de ansiedade social:
caracteriza-se por um medo exagerado e persistente da avaliação negativa por
outras pessoas quando o individuo se encontra em situações de interação
interpessoal ou de desempenho. A exposição a essas situações, ou mesmo a
simples antecipação dessas situações, gera sintomas de ansiedade físicos que
podem chegar a um ataque de pânico. O tratamento é realizado através de
psicoterapia e psicofármacos.
Transtorno de estresse pós-traumático: é uma patologia em
que um indivíduo vivenciou um evento traumático de grande intensidade,
envolvendo morte, ferimentos graves reais ou ameaças a si ou outrem, levando a
uma reposta de medo, impotência ou horror. Após este evento traumático, o
indivíduo desenvolve sintomas que envolvem a revivência do trauma em sonhos ou
em vigília, a esquiva persistente de situações ou coisas que lembrem o trauma e
hiperexcitação persistente (irritabilidade, alterações de sono, dificuldade de
concentração, resposta de sobressalto exagerada). Tratamentos farmacológicos e
psicoterapia são fundamentais no tratamento deste transtorno.
Transtorno obsessivo–compulsivo: o indivíduo apresenta
pensamentos/ideias/ imagens e ou comportamentos repetitivos, que reconhece como
irracionais, mas não consegue controlar. Gera ansiedade, vergonha e por isso a
pessoa pode levar anos para procurar ajuda. O tratamento inclui uso de
medicações (antidepressivos e antipsicóticos) e terapia
cognitivo-comportamental. Muitas vezes é acompanhado por outros transtornos
psiquiátricos, como depressão, por exemplo. Uso de medicações e/ou terapia são
fundamentais para a melhora do quadro.
Fobia específica: é um medo acentuado e persistente,
excessivo ou irracional de uma situação fóbica (podendo ser de animais,
sangue-injeção ou ferimento, situacional - como avião, elevador... – ou
ambiente natural - altura,
tempestade...) O tratamento é basicamente cognitico-comportamental.
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Tendo os transtornos de ansiedade uma prevalência
significativa na sociedade e considerando que causam sofrimentos pessoais e
encargos sociais, é de fundamental importância identificá-los, visto que tendem
a ser crônicos, se não tratados, e podem ser incapacitantes tanto quanto as
doenças somáticas. Sempre que tiver dúvidas, procure um médico especialista para
esclarecê-las e lhe propor o melhor
tratamento.
Fonte: Clínica Santa Thecla de Psiquiatria.