BIOGRAFIA DE JACQUES LACAN
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Jacques Lacan - Imagem da Internet |
Jacques Marie Émile Lacan, psiquiatra e psicanalista.
Nasceu em 13/04/1901, em Paris - França.
Faleceu em 09/09/1981, em Paris - França.
No dia 9 de setembro de 1981, Jacques Lacan morria, vítima
de um câncer de cólon, numa clínica de Neuilly, na periferia de Paris. Trinta
anos mais tarde, o psiquiatra que revolucionou a psicanálise ainda levanta
paixões, sendo considerado um gênio por alguns e um impostor por outros.
"Sou um palhaço, vejam meu exemplo e não me imitem",
repetia o terapeuta e teórico fora do comum, com gestos de dândi extravagante
que esbofeteava ocasionalmente os pacientes, além de ser um grande inventor de
neologismos e vulgarizador da psicanálise nos meios de comunicação.
Nascido em 1901, em Paris, numa família católica
conservadora, estudou medicina, especializando-se em psiquiatria e se apaixonou
pelo surrealismo.
Nos anos 30 realizou análise de seis anos e meio com Rudolph
Loewenstein e defendeu sua tese de doutorado, "A psicose paranoica em suas
relações com a personalidade", na qual expõe o caso de uma jovem
criminosa, "Aimée" - na realidade, Marguerite Anzieu, mãe de um futuro
psicanalista, Didier Anzieu.
Lacan também se interessou pelas irmãs Papin, que
assassinaram suas patroas, em 1933, e fascinaram numerosos autores, entre eles
o dramaturgo francês Jean Genet.
Em 1936, apresentou seu trabalho sobre o "Estádio do
Espelho" na formação da personalidade infantil.
Em seu místico gabinete, situado no número 5 da rua de Lille,
em Paris, Lacan instaurou as sessões curtas ou de duração variável. Nelas, não
duvidava em receber seus pacientes apenas por dois ou três minutos, várias
vezes por dia, ou em sacudi-los emocionalmente. Suas duas salas de espera
estavam sempre cheias.
Durante as sessões, Lacan se levantava, comia alguma coisa,
lia, jogava. Ao mesmo tempo, escutava. Seu objetivo: surpreender, para favorecer
a emergência do inconsciente.
Esses métodos iconoclastas valeram a ele a expulsão da
Associação Psicanalítica Internacional (IPA).
Um teórico singular.
No plano teórico, Lacan elaborou uma obra singular, em perpétua evolução, defendendo "um regresso a Freud" que, no entanto, chocava os freudianos ortodoxos.
No plano teórico, Lacan elaborou uma obra singular, em perpétua evolução, defendendo "um regresso a Freud" que, no entanto, chocava os freudianos ortodoxos.
Nos anos 50, apoiou-se na linguística e no estruturalismo. Dizia
que "o inconsciente está estruturado como uma linguagem". Nessa
linha, criava novas palavras: "lalangue", "lituraterre",
entre outras.
Mais tarde, recorreu à matemática e ao quadro-negro dos
seminários semanais, que apresentava desde 1953, enchendo-o de nós e de
tranças.
Seus detratores o chamavam de charlatão, "guru",
"fanfarrão da democracia", tal como recorda a historiadora e
psicanalista francesa Elisabeth Roudinesco.
No entender da biógrafa, se "o século XX foi freudiano,
o XXI é, desde já, lacaniano".
Ele foi também, segundo ela, o único a "levar em conta,
de maneira freudiana, a herança de Auschwitz".
Seu genro e herdeiro, o psicanalista Jacques-Alain Miller,
ainda publica suas lições, nas 'Éditions du Seuil", podendo-se citar
"Le Séminaire, livre XIX, ou pire...", lançado em agosto.
Depois de um acidente de automóvel, em 1978, Lacan morreu
três anos mais tarde de um câncer que nunca quis tratar.