A história do incenso nas diversas civilizações
O incenso é de importância vital nos rituais
e deve, portanto, ser usado corretamente. É encontrado nas cerimônias e rituais
cristãos, pagãos, hindus, budistas e até
mesmo para perfumar e limpar energias negativas dos ambientes.
Muitas coisas são empregadas na composição do
incenso: gomas, resinas, madeiras e suas cascas, óleos e até drogas
alucinógenas.
Para muitos, acender um incenso é um ritual
sagrado.
Segundo o Padma Purana, texto que faz parte dos Vedas da Índia
milenar, o incenso deve ser usado sempre que se desejar preparar o ambiente
para meditação, yoga e para obter proteção espiritual.
Egípcios
Os egípcios eram muito experientes na
manufatura e uso de incensos e conduziam a composição dos mesmos com verdadeira
arte. Muitas de suas ideias relativas ao incenso eram compartilhadas por outros
povos e outras crenças. Os ingredientes eram misturados num ritual secreto,
acompanhado pela entoação de textos sagrados. Tinha o misterioso significado da
harmonia e da ordem.
Hindus
Existem relatos de que fora importado da
Arábia, mas muitas espécies nativas de materiais aromáticos já eram usadas.
Existem outros relatos de que o incenso foi
criado na Índia cerca de 6000 anos a.C.
As pessoas imaginavam que a fumaça do incenso
criava uma ligação física entre os homens e os deuses.
Judaico
Repetidas referências ao incenso no Velho
Testamento indicam que seu uso é muito antigo entre os judeus. De fato, na
Versão Autorizada, usa-se frequentemente a palavra para se referir à queima de
oferendas, e os antigos hebreus podiam ter tornado o uso do incenso bastante
popular entre os babilônios, como simples pompa de idolatria. Também foi assim
encarado pela antiga igreja cristã, que associava ao paganismo.
Geralmente os pesquisadores concordam agora, que a queima de incenso só foi introduzida no ritual judaico por volta do
século VII a.C. Contudo, uma vez adotado, tornou-se cada vez mais importante
nos atos de adoração.
Grego
Parece que o incenso, no sentido de gomas e
resinas como as conhecemos, só foi usado pelos gregos após o período homérico.
Como os outros povos, os gregos achavam que
um aroma agradável e doce dava prazer aos deuses. Antes do século VIII a.C. o
incenso como tal não era empregado pelos gregos, talvez tenha sido introduzido
através do culto de Afrodite e que é certo que tradicionalmente, tenha sido
trazido da Fenícia, através de Chipre, onde foi empregado em tal culto. Era
oferecido juntamente com frutas, doces, trigo, etc., ou sozinho como oferenda
isolada, tanto no culto aos deuses ou em rituais domésticos.
Como aconteceu com muitas religiões em seu
estágio inicial, o uso do incenso era desconhecido no antigo budismo. Contudo,
com o passar do tempo , o budismo também sucumbiu a ele, especialmente o budismo
setentrional, onde seu uso se tornou generalizado.
No Ceilão, perfumes e flores são colocados
diante da imagem de Buda, embora ocorra no Tibet, seu maior emprego, uma vez
que é utilizado nas cerimônias de iniciação de monges e constitui parte dos
rituais diários dos mosteiros.
Romano
Na religião romana, uma das partes mais
importantes do libamina (oferenda sem sangue) era o tus, que significa tanto
incenso como olíbano. Nenhum ritual poderia ser considerado completo sem ele.
O incenso também era oferecido isoladamente,
privada ou publicamente, e era oferecido aos lares familiares, ou deuses
domésticos. Podia ser queimado em altares maiores, braseiros ou em pequenos
altares portáteis chamados foci turibulum.
Cristianismo
O cristianismo demorou muito a adotar o
incenso em seus ritos. Os serviços da antiga igreja eram muito simples e o
incenso (salvo como purificador) era evitado, como algo judaico ou pagão.
Muitas autoridades eclesiásticas alegaram que
a razão para a omissão do incenso era que não foi empregado pela Igreja pelo
menos até 300 anos após os tempos de Apostolado.
Como ocorreu com muitas outras coisas, o fato
de ser seu uso judaico parece ter levado os primeiros cristãos a
negligenciá-lo, pois suas associações com o paganismo e a prática comum de
renunciar a fé, oferecendo alguns grãos de incenso aos deuses ou sobre o altar
do imperador, provavelmente constituiu
forte intimidação.
Islamismo
Na própria religião islâmica, não há alusão
ao incenso, mas é comum oferecê-lo nos altares dos santos e seu uso é
permitido por tradição como perfume para uma pessoa falecida. Na Índia,
provavelmente devido à influência do hinduísmo, os muçulmanos utilizam-no em
seus rituais (circuncisão, casamento e funerais), pois supõem que tenha o poder de manter afastados os maus
espíritos.
Fonte: Livro Incenso - Leo Vinci - Ed. Hemus 4a ed.