Regressão de Memória


REGRESSÃO DE MEMÓRIA





Terapia de vidas passadas (TVP), regressão de memória, ou ainda retrocognoterapia (Salvino, 2008), é uma terapia que utiliza das vivências retrocognitivas ou revivências de vidas anteriores para finalidades terapêuticas  Portanto, é o uso do fenômeno parapsicológico chamado retrocognição para finalidades terapêuticas e evolutivas. Neste caso, o paciente adentra num profundo estado de consciência e revive campos de seu passado antigo (vidas passadas) e tem a oportunidade de usar de tais experiências em prol de sua autosuperação, evolução e resolução de problemas isolados como medos, depressão, etc.
A terapia pode ser feita pela ajuda da hipnose, mas alguns ensinamentos não necessitam deste método, embora muitos que afirmam não utilizar de hipnose acabam por fazê-lo (por exemplo: psicoterapia reencarnacionista, que usa o relaxamento progressivo e guiado pelo terapeuta com vocalização monotônica, própria da hipnose). A hipnose possibilita ao experienciador adentrar em estados mais profundos de consciência ou o transe regressivo propriamente dito, onde se desencadeia o fenômeno da retrocognição, ou lembrança de vidas passadas. Outros métodos podem ser usados, como por exemplo, a autopesquisa contínua de alguma dificuldade pessoal. O autopesquisador adentra profundamente dentro de si, pesquisando-se até que em dado momento regride sozinho, lembra de flash ou de situação contínua em sonhos PES ( percepção extrasensorial). Se lembrando de experiências no passado ou traumas, uma pessoa pode identificar a origem de seu problema e curá-lo. Um dos mais famosos escritores americanos sobre o assunto é Brian L. Weiss M.D., com várias obras traduzidas para o português.
 Terapeutas e escritores sobre o assunto partem da premissa da existência da alma e da reencarnação e que as experiências das vidas passadas podem afetar a vida presente. A teoria de base no qual se assenta a TVP, é ancorada na "hipótese do corpo objetivo", onde a consciência se manifesta através de múltiplos veículos, sendo que o corpo físico é somente um deles e que outros sobrevivem à morte e pre-existem ao nascimento. Este segundo corpo já vem sendo estudado hã milênios e é conhecido como corpo astral, astralsoma, perispírito, modelo organizador biológico ou simplesmente psicossoma ou corpo psi. Embora sem provas que possam ancorar suas alegações, cientistas ortodoxos afirmam que isto é altamente improvável e que estas memórias são falsas e são puramente resultado da imaginação do paciente. Se as memórias são mesmo verdadeiras ou não, a regressão parece ajudar a vida pessoal de algumas pessoas e seu relacionamento com outros. Por isso é que pesquisadores sérios como o Dr. Ian Stevenson e sua equipe na Escola de Medicina da Universidade da Virgínia, E.U.A., tratam a questão de lembranças sobre vidas passadas de forma científica.
Outra técnica utilizada por nós terapeutas de vidas passadas, consiste em colocar a pessoa num estado de relaxamento e visualização de certas imagens. Num dado momento, as imagens visualizadas vão espontaneamente ceder lugar a cenas e situações que supostamente são parte das encarnações passadas do indivíduo. Nesse sentido, alguns afirmam que a hipnose não é a única técnica empregada pelos terapeutas. Porém, há quem chame também essa metodologia de hipnótica, por considerar que qualquer estado modificado de consciência provocado por indução metódica, mesmo que sem a sugestão (ou com sugestão não-verbal), pode ser considerado hipnose. Porém, alguns colegas terapeutas defendem que existe uma diferença significativa entre a hipnose e as outras técnicas, como a indução via relaxamento e imagens mentais. Hipnose pode ser definida como um estado de transe que pode ser, de maneira geral, um transe superficial, médio ou profundo ou o conjunto de técnicas que levam a pessoa a tais estados. Estes estados de consciência predispõe o paciente a vivenciar uma série de fenômenos parapsíquicos, tal como a retrocognição (lembrança de vidas passadas). Pelos estudos da área, o estado de transe profundo é o único capaz de possibilitar ao paciente o acesso às suas vidas passadas de maneira realista. Os outros estados não passam de flashes fugazes, cenas fragmentadas e podem ser confundidas com imaginação ou criação da mente. Por outro lado, em transe profundo, o paciente adentra no fenômeno retrocognitivo propriamente dito, com o acesso ao seu campo de memória extracerebral de maneira realista, não apresentando dúvida quanto a veracidade do conteúdo rememorado. Orienta-se que, em todos os casos, o estudo posterior às rememorações, como pesquisas bibliográficas para tentarem comprovar por fotos, informações e outros meios a veracidade. Caso não haja meios, a continuidade das vivências acabam falando por si mesmas.
No Brasil existem diversas linhas terapêuticas de TVP, cada qual possuindo suas particularidades e diferenças. Em última análise, as semelhanças entre elas são muito mais consideráveis que as diferenças. As divergências se situam num plano mais teórico e no foco que cada terapeuta concentra a sua atenção. As escolas mais sérias, como ensinadas pelo INTVP, fundado por Maria Júlia e Ney Prieto Peres, não se utilizam do aspecto espiritual e o relegam a segundo plano, preferindo focar em aspectos psicológicos próprios da consciência objetiva atual e do "significado" que a pessoa dá a experiência de vidas passadas. A abordagem de Camila Sampaio, por outro lado, procura colocar a TVP num nível mais espiritual e tenta uma síntese entre a regressão e a Apometria. Esta é considerada por alguns como a abordagem mais espiritual da Terapia de Vidas Passadas dentro dos sistemas brasileiros,  pois supostamente lida com a questão das "presenças", do mentor, da proposta encarnatória, do pós-morte, vidas futuras, guias espirituais, etc. Do ponto de vista parapsicológico, podemos chamar esta última de abordagem parapsicológica de TVP, tal como realizado pelo parapsicólogo clínico Fernando Salvino.
Visão espírita: Dogma ou ciência?
Ensina a Doutrina Espírita que o esquecimento do passado é necessário para que o espírito em sua atual existência não seja sobrecarregado com as lembranças e emoções de outras vidas.
Existe uma passagem no Livro dos Espíritos que alguns defendem autorizar o resgate das memórias de encarnações passadas:"Ao entrar na vida corporal, o Espírito perde, momentaneamente, a lembrança de suas existências anteriores, como se um véu as ocultasse; entretanto, às vezes, tem uma vaga consciência disso e elas podem até mesmo lhe ser reveladas em algumas circunstâncias. Mas é apenas pela vontade dos Espíritos Superiores que o fazem espontaneamente, com um objetivo útil e nunca para satisfazer uma curiosidade vã".
 Vamos nessa passagem do "Livro dos Espíritos  que é possível lembrar de existências anteriores, quando há um motivo útil e quando os espíritos superiores aprovam.
Uma coisa que alguns estudiosos espíritas costumam dizer sobre a TVP é que ela não é uma brincadeira, mas uma técnica séria e que deve, portanto, ser procurada apenas quando necessária. Em outras palavras, não se deve encarar a regressão como uma chance de descobrir uma vida passada ilustre ou por mera curiosidade.
O mito do esquecimento é superado quando compreendemos que hoje, ao tentarmos lembrar de nossa infância remota, por exemplo, ao 1 ano de idade, normalmente não lembraremos de absolutamente nada. Então, pela lógica, como lembraremos de vidas passadas se nem a própria infância remota conseguimos acessar com tranquilidade? Eis a lógica pura aplicada ao processo. Pelas evidências científicas de vanguarda, as vidas passadas encontram-se na memória extracerebral da consciência. E onde reside tal memória? Pelas evidências estas experiências de vidas passadas encontram-se noutro sistema corpo-consciência, este que pre-existe e sobrevive a morte do corpo físico. Somente é possível o acesso às memórias de vidas passadas quando a pessoa (consciência) semi-descoincide-se de seu corpo físico, especificamente do cérebro, e acessa o para-cérebro existente no corpo psi (psicossoma). Em transe profundo é possível que a pessoa vivencie suas vidas passadas. A questão de que as memórias são somente liberadas sob permissão dos espíritos superiores é também um mito. Sabemos que também espíritos inferiores desencadeiam rememorações de vidas passadas (más recordações). Da mesma forma que um aroma de perfume faz você automaticamente lembrar de um fato de seu passado (por exemplo), a presença de um outro pode desencadear uma rememoração. Noutro caso, a própria pessoa possui internamente um radar psíquico capaz de trazer a experiência correta e se lembrar. Assim, o mito necessita ser quebrado. Necessitamos de pesquisas sérias e científicas abertas, parapsicológicas, sobre a memória.
 Quanto a este aspecto, profundamente científico, é necessário que o terapeuta atue em sincronia com para-terapeutas profissionais de forma a prevenir intrusões theta em pacientes sensitivos e sustentar o trabalho de assistência ao paciente. O ambiente, a postura mental do terapeuta, sua ética pessoal, seu conhecimento no assunto e sua sólida formação na área darão o sustentáculo multidimensional desta terapia, profunda e séria. Qualquer abordagem que privilegia somente um aspecto é limitada.  Uma abordagem espírita, kardecista, é limitada. Uma abordagem fisicalista é limitada. Uma somente espiritual é além de limitada, perigosa, pois tudo acaba tendo o status de "espiritual" quando pode ser um simples fator psicológico. A abordagem holística ou integral é a mais recomendada e exige abertura e experiência dos profissionais. Se o profissional não tem nenhuma experiência no assunto, teórica ou vivencial, não compreenderá o fenômeno por si mesmo e, assim, não poderá ajudar seu paciente da melhor forma.
 O Espiritismo acabou sendo o fundamento "científico" da TVP, quando não o é. Allan Kardec produziu ciência até certo ponto. Poucos deram continuidade a seu trabalho que acabou tornando-se um dogma. Assim, o terapeuta necessita de estudos amplos, universalistas e transcender o espiritismo, caso contrário, não estamos falando de uma TVP, e sim de uma Terapia Espírita. Muitos terapeutas evangelizam o paciente, tentando "fazer sua cabeça". Temos que repensar tais atitudes que nada tem de terapêuticas.
O dogma do esquecimento é um pressuposto epistemológico sem evidências científicas. Pelo contrário, as evidências apontam que o esquecimento está muito mais ligado a uma imaturidade no processo de rememoração do que em qualquer outra coisa. Podemos treinar a mente a conservar mais a memória de fatos passados e a lembrar com mais facilidade de vivências. Se podemos treinar a rememoração, poderemos treinar a "regressão à vidas passadas" ?. Sim. Um sensitivo treina para sair de seu corpo e consegue. Assim, qualquer habilidade psíquica pode ser aperfeiçoada, treinada e praticada. Se durante 10 vidas treinarmos lembrar de vidas passadas, será que numa vida seguinte qualquer poderíamos ser fetos conscientes?. Renascemos conscientemente sem perder a memória de onde viemos?. Eis uma questão complexa que nenhuma pesquisa pode aferir. É uma hipótese a ser investigada ao longo de muitas vidas.
Se uma pessoa não usa sua memória e nem faz questão de fazer isto, pela lógica, esta pessoa ao reencarnar teria mais ou menos facilidade de esquecer-se de onde veio?. Obviamente que esta pessoa faz parte da grande maioria da humanidade, ela esqueceria, como  se esqueceria do que comeu ontem em seu almoço. Por outro lado, uma pessoa que tem o hábito de lembrar-se das coisas, escreve em diários fatos importantes de usa vida e fez isto durante por exemplo, 20 vidas seguidas, teria esta pessoa mais condições de lembrar de suas vidas passadas desde a infância?. Conservando sua memória e por exemplo, sabendo do porque decidiu retornar a esta vida?.
Por aqui vemos o quanto o Espiritismo parou no tempo. Tornou-se no Brasil uma Igreja Católica Transcendente, mas não conseguiu fincar-se como ciência, porque ciência evolui e não se centraliza na figura de uma pessoa somente: Allan Kardec. Apesar disso, o conhecimento gerado por Kardec é merecedor do mais profundo estudo e não de seu desprezo como tem feito muitos parapsicólogos e estudiosos ortodoxos do assunto. Os radicalismos não nos levam à verdade, nos afastam dela.
Quando e porque fazer uma Regressão de Memória
Existem vários objetivos para se fazer uma Regressão de Memória. Limpeza de traumas de infância, descobertas das causas de vários problemas emocionais, as causas de fobias, medos, depressão, insônia, angústia, tristezas, problemas de ordem sentimental, conjugal, sexual, familiar, profissional, gagueira, o que levou ao vício das drogas, dificuldades de relacionamentos, timidez, dificuldades de comunicar-se com as pessoas, falar bem em publico, dificuldade de aprendizado na escola, faculdade, a falta do poder da concentração, dificuldade de memorização nos estudos, descoberta da verdadeira vocação profissional, descobertas de situações passadas para esclarecer determinados incidentes com a pessoa, ou até mesmo na família,  e/ou sociedade, etc.Todas essas informações são passadas por você mesmo num estado de semi-consciência ou num estado totalmente inconsciente, como se estivesse sonhando, dormindo, falando durante o sono, etc. A preparação para que você entre neste estado alterado de consciência, acontece após a aplicação de técnicas mentais para indução do sono-hipnótico, ou através de reprogramação mental específica para cada caso, uma forma de reavivar toda a memória necessária para este trabalho.